domingo
SALA DE JANTAR - Espetáculo de Formas Animadas, do autor pernambucano Ruy Aguiar
quinta-feira
Carlos Drummond de Andrade
Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas
Poema da purificação
o anjo bom matou o anjo mau
e jogou seu corpo no rio.
As água ficaram tintas
de um sangue que não descorava
e os peixes todos morreram.
Mas uma luz que ninguém soube
dizer de onde tinha vindo
apareceu para clarear o mundo,
e outro anjo pensou a ferida
do anjo batalhador.
CONSOLO NA PRAIA
Vamos, não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras,
Em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas e o humour?
A injustiça não se resolve.
À sobra do mundo errado
Murmuraste um processo tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado,devias
Precipitar-te, de vez, nas águas...
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.
“Carlos Drummond de Andrade:
Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade,
e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor e cotovelo,
falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo,
sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação
e mesmo da ação.
Até os poetas se armam, e um poeta desarmado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fáceis, dócil às modas e compromissos.”
Drummond, mineiro, nascido em Itabira, no ano de 1902.
Formado em Odontologia e Farmácia em 1925.
Casou-se com Dolores Dutra de Morais, companheira de
toda a vida. Dois filhos.
Foi professor de Geografia, redator de jornais.
Conciliou as atividades de funcionário público com a de jornalista.
Obras importantes: Alguma Poesia, Brejo das Almas, Sentimento do Mundo, A Rosa do Povo, Claro Enigma, Viola de Bolso.
E outros: Boca de Luar, Corpo, Poesia Errante, O Amor Natural, dentre outros.
Não havia pedras em seu caminho.
Reinventava o cotidiano, com a leveza de um poeta humano,
Largado no mundo, aberto às experiências de tradutor da vida.
O sentimento do mundo povoava seu cérebro, seu corpo, sua alma.
Drummond ,
Duro na queda,
Divino – homem ,
Danado de bom!
sexta-feira
Pernambuco nos selos postais
Professor lança livro sobre a pernambucanidade nos selos postais |
O professor do Departamento de Ciência da Informação Diego Salcedo lança o livro “Pernambuco nos selos postais: fragmentos verbo-visuais de pernambucanidade”, nesta quinta-feira (6), às 19h, no auditório do Centro Cultural dos Correios (Avenida Marquês de Olinda, 262, Bairro do Recife). O lançamento acontece durante a 11ª Exposição Filatélica Nacional (Brapex 2011). Visto por muitos como objeto anacrônico, o selo postal é tomado na obra como elemento de conhecimento.
“Este livro trata sobre a minha interpretação de pernambucanidades possíveis, por meio de 32 selos postais emitidos pelos Correios do Brasil no decorrer do século XX. Eu tensiono a relação entre o olhar dos Outros sobre a concepção ‘Pernambuco’ e o olhar dos pernambucanos sobre si próprios. Ainda, revelo uma possibilidade de história visual, enaltecendo a relevância do selo postal como objeto partícipe das culturas visuais modernas e contemporâneas, além de considerá-lo instrumento didático-pedagógico”, esclarece o autor.
Fonte: Site da UFPE
http://blog.correios.com.br/correiosonline/2011/09/concurso-incentiva-criancas-a-desenharem-selos-postais/
http://omundoapaixonantedamaximafilia.blogspot.com/2010/06/o-teatro-santa-isabel-recife.html
LANÇAMENTO DE NOVO LIVRO SOBRE SELOS POSTAIS, POR DIEGO SALCEDO
VENHA CONFERIR O LANÇAMENTO DO MEU NOVO LIVRO
ONDE: durante a 11ª Exposição Filatélica Nacional – BRAPEX 2011
QUANDO: entre os dias 03 e 09 de outubro.
LOCAL: Centro Cultural dos Correios
ENDEREÇO: Av. Marquês de Olinda, 262 - Bairro do Recife: 3224.5739.
HORÁRIO: 08:00 às 20:00
PALESTRA DE LANÇAMENTO:
DIA 06.10.2011
HORÁRIO: 19:00
LOCAL: Auditório do Centro Cultural dos Correios (entrada franca).
Os livros do autor serão comercializados, durante todos os dias da exposição,
no stand da FILATELIA77 (falar com Júlio Castro ou Thiago), no Centro Cultural dos Correios.
Quem tiver interesse em adquirir o livro e não passar pela BRAPEX, envie um email para o autor: salcedo.da@gmail.com
quarta-feira
Recife, Capital do Frevo, pede socorro
Mês de julho no Recife!
Piedade para esta linda cidade que sufoca no lixo,
nos esgotos a céu aberto,
no alagamento,devido ao lixo das guloseimas.
"Vou passear no Recife e jogar os saquinhos de pipocas no chão,
é chic! Tô pagando!"
Acordemos para os perigos das doenças advindas da contaminação.
As bactérias estão aí alimentadas pela ignorância!
O Recife é de todos nós!
quinta-feira
sexta-feira
A DERRADEIRA CEIA
Peça de Luiz Marinho retrata o regionalismo através do cangaço
Um enredo que conta um pouco da história do Sertão nordestino, através da trajetória do cangaço de Virgulino Ferreira, o destemido Lampião. "A Derradeira Ceia", de Luiz Marinho, foi escrita na década de sessenta e agora será encenada no Recife no Teatro Barreto Jr, no mês de agosto (ver cartaz). A direção ficou a cargo de Normando Roberto Santos, que também encena a peça, interpretando o papel de Manoel Roque, sertanejo contrário ao bando de Lampião, mas fiel a suas origens e povo. Saturnino e Nazinha são personagens centrais que protegem o bando do Capitão Virgulino, e são popularmente chamados de coiteiros. O conflito está formado, os dois compadres, um a favor do cangaço, e o outro contra, e cada um com motivos sempre fortes para entregar o outro. A produção da peça é da NRS e Haja Teatro.
Elenco: Amaro Vieira, André Ramos, Josy Ventura, Lamir Verçoza, Marco Caetano, Maria Oliveira, Mário Miranda, Nicole Vergueiro, Normando Roberto Santos, Paulo Nascimento e Regina Morais.
*Sobre o autor
Luiz Marinho Falcão Filho nasceu em 8 de maio de 1926, em Timbaúba, cidade da Mata Norte de Pernambuco, e faleceu no Recife, em 3 de fevereiro de 2002. Assim como tantos de sua geração, que nasceram sob a influência da literatura regionalista de 30 (Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado, Érico Veríssimo...), Marinho também traduziu em sua obra (iniciada em 1960) o universo social e cultural da sua região, matéria-prima permanente do seu texto dramatúrgico. No entanto, toda essa matéria-prima foi trabalhada pelo amálgama da memória. E essas memórias em forma de teatro lhe deram, entre outros prêmios: o Molière, o da Academia Brasileira de Letras, o da Academia Pernambucana de Letras e o Estaduais de Teatro (do então Estado da Guanabara). Deram-lhe mais: o permanente reconhecimento de todos aqueles que um dia sentaram, enquanto platéia, num teatro - do Recife ou de outra cidade qualquer do Brasil - para assistir, aplaudir, rir, chorar e se emocionar com alguns dos seus textos.
(Anco Márcio Tenório Vieira* - Autor da obra "Luiz Marinho - Um sábado que não entardece" de 2004.)