sexta-feira

A MULA-SEM-CABEÇA


A Mula-sem-cabeça é uma antiga lenda dos povos da Península Ibérica, que foi trazida para a América pelos espanhóis e portugueses. Esta história também faz parte do folclore mexicano (conhecida como "Malora") e argentino (com o nome de Mula Anima). Pressupõem-se que este mito tenha nascido no século doze, época em que as mulas serviam de transporte para os padres.

No Brasil, a lenda disseminou-se por toda a região canavieira do Nordeste e em todo o interior do Sudeste. A Mula-sem-cabeça, representa uma espécie de lobisomem feminino, que assombra povoados onde existam casas rodeando uma igreja.

Segundo esta lenda, toda a mulher que mantivesse estreitas ligações amorosas com um padre, em castigo ao seu pecado (aos costumes e princípios da Igreja Católica), tornar-se-ia uma Mula-sem-cabeça. Esta história tem cunho moral religioso, ou seja, é uma repreensão sutil ao envolvimento amoroso com sacerdotes e também com compadres. Os compadres, eram tidos como pessoas da família, e qualquer tipo de relação mantida entre eles, era considerada incestuosa.

A metamorfose ocorreria na noite de quinta para sexta-feira, quando a mulher, em corpo de mula-sem-cabeça, corre veloz e desenfreadamente até o terceiro cantar do galo, quando, encontrando-se exaurida e, algumas vezes ferida, retorna a sua normalidade. Homens ou animais que ficarem em seu trajeto seriam despedaçados pelas violentas patas. Ao visualizar a Mula-sem-cabeça, deve-se deitar de bruços no chão e esconde-se "unhas e dentes" para não ser atacado.

Dizem também, que se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. A mula-sem-cabeça também é conhecida como a burrinha-do-padre, ou simplesmente burrinha.


Fonte: Rosane Volpatto

11 comentários:

SV disse...

ótimo post! Temos tanta coisa em nossa cultura que não sabemos de onde vem, não é?

É como encontrar um velho ditado num livro do Saramago...

Um beijo!

sílvio

Avó do Miau disse...

Gostei muito do seu blog e da forma como escreve os seus artigos!
Voltarei sempre que possa!
Um abraço,
Daniela Mann

Nat disse...

Maria,

O que fazer quando as lendas transformam-se em realidade? Afinal, temos um "mulla sem cabeça" no governo...

Grande abraço!

Nat
http://www.daindignacaoacao.blogspot.com/

Moita disse...

Maria

A NAT estragou o meu comentário, se antecipando.

rssssssss
Muito bom o esclarecimento da origem desses mitos,
parabens.

beijos

Saramar disse...

Maria, querida, que delícia de post. Sou apaixonada por nossas histórias, por essas "estórias", como se dizia, que nos rememtem `ainfância, à ancestralidade.
E a foto está maravilhosa!
Obrigada por nos dar tal presente.

Beijos

Anônimo disse...

Cara Maria:

Quando era pequeno (ainda sou), criança tinha medo da Cuca, a Mula sem cabeça eu achava que era um tipo de super heroi tinha poderes, não sei de onde eu tirava isto, mas também não sabia a origem da lenda...valeu o post

Marcos
www.gotasdefel.blig.ig.com.br

Anônimo disse...

"Ao contrário do boi, que é bendito, a mula é "maldita" por ser estéril, destino que lhe foi infligido pela Mãe de Jesus na gruta de Belém:"Enquanto o boi se mantinha tranquilo e acarinhava o Menino, a mula resmungava, e Maria disse-lhe então-'não conhecerás jamais as alegrias da maternidade'."" Citação retirada de "A religião popular portuguesa" de Moisés Espírito Santo.

Também relacionado com o folclore galaico-português, o etnólogo Bouza-Brey relaciona a "mula sem cabeça" do folclore brasileiro com as lendas do ciclo "cervo branco" em que, em algumas variantes, uma mulher sofre a maldição da própria mãe ou pai ou é morta pelo irmão.

Anônimo disse...

gostei do post mas queria saber como que faria um teatro disso
=[

Unknown disse...

ótimo post! Temos tanta coisa em nossa cultura que não sabemos de onde vem, não é?

É como encontrar um velho ditado num livro do Saramago...

Um beijo!

stefani

paula castro disse...

ola dona maria oliveira eu amei essa lenda um beijo

paula castro disse...

oi marcos voce parece crianca quantos anos voce tem